O uso do grafeno e do nióbio tem impulsionado o avanço tecnológico no mundo, e aumenta a demanda por esses materiais. O Brasil, pioneiro nas pesquisas com ambos, ocupa posição de destaque no cenário mundial.
O programa Rota 2030, promovido pela Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep), agência pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações desenvolve uma rede de Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) que apoiam projetos de qualificação para empresas do setor automotivo, nas áreas de eficiência energética, segurança, tecnologia assistiva e uso de biocombustíveis e automatização de produção. O apoio se estenderá da pesquisa básica à aplicada, no investimento em startups, desenvolvimento tecnológico e de protótipos e, por fim, à introdução do produto no mercado.
Como material mais forte, leve, fino e com maior condutividade térmica que existe, e grande condutor de eletricidade, o grafeno desponta entre as soluções em tecnologia avançada para diversos setores da indústria. Em duas das cinco linhas temáticas do Rota 2030 há possibilidades de inserção do grafeno: Materiais Avançados (materiais nanoestruturados, compósitos poliméricos e ligas metálicas) e Indústria 4.0 (robótica, inteligência artificial, integração de sistemas, Internet das Coisas, entre outros).
O grafeno é composto de nanopartículas de carbono e tem propriedades como alta resistência, flexibilidade, transparência e elevada capacidade de conduzir eletricidade e calor, características que possibilitam o seu uso na indústria automobilística, na produção de celulares e eletrônicos, em painéis solares e até na dessalinização de água do mar.
Na indústria metalmecânica, gera ligas metálicas mais leves e resistentes e melhora as propriedades anticorrosivas.
Metal usado para deixar o aço ainda mais forte e resistente, o nióbio é usado majoritariamente na indústria metalúrgica para a produção de ligas especiais de aço com alta resistência para motores, equipamentos de propulsão e vários materiais supercondutores, pode ser usado em turbinas de aviões, aparelhos de ressonância magnética e até em implantes ortopédicos.
O Brasil responde por cerca de 90% da produção mundial desse minério, havendo demanda para o desenvolvimento de novas tecnologias, para aplicação na medicina, transporte, engenharia, indústrias nuclear e espacial.
Nada é perfeito!
O nióbio é substituível. Vanádio e titânio cumprem basicamente a mesma função. O vanádio é encontrado na África do Sul, na Rússia e na China. O titânio está presente na Índia, no Canadá, na Nova Zelândia, na Austrália, na Ucrânia, no Japão e na China. Esses países preferem explorar suas próprias reservas a depender de um mineral que é praticamente exclusivo de uma nação como o Brasil. Em alguns casos, também é possível trocar o nióbio por tungstênio, tântalo ou molibdênio.
Outra questão é que é preciso pouco nióbio para que ele faça sua mágica, as reservas brasileiras são suficientes para abastecer o mundo por séculos.